Woods & Hall, no seu estudo de 1994, estimaram em 35 EJ (10GW), o potencial energético dos resíduos florestais no mundo, sendo que, uma fracção importante deste resíduo é obtido nas instalações de processamento de madeira ou de obtenção de celulose ou papel.
No mesmo estudo Woods & Hall, estimaram também o potencial dos resíduos da produção animal em 20 EJ/ano, em todo o mundo.
No entanto, este valor não deve ser tomado como absoluto, devido às enormes variações metodológicas para cálculo dos resíduos aproveitáveis, em função da espécie animal, da alimentação, etc. Como no caso dos resíduos vegetais, há limitações para a sua utilização energética.
Existem algumas vantagens e desvantagens da utilização de biomassa para produção de energia, de entre estes aspectos realça-se:
- potencial uso da biomassa como fertilizante;
- fonte de baixa densidade energética, sendo viável apenas em grande escala;
- necessidade de processamento biológico, normalmente em digestores, gerando problemas logísticos de carga, descarga, compressão, armazenagem do gás e utilização do fertilizante final;
- eventuais impactos ambientais e na saúde humana, decorrentes de sua manipulação.
Tal como para todas as fontes renováveis de energia, a viabilização do potencial de produção de electricidade a partir da biomassa residual da cana-de-açúcar, da madeira ou do arroz, requer a definição e a implantação de políticas de médio a longo prazo em que se definam condições claras para que o potencial economicamente viável seja estrategicamente aproveitado.
Bibliografia: S. Kartha and E.D. Larson, 2000, Bioenergy Primer: Modernized Biomass Energy for Sustainable Development, United Nations Development Program, New York, NY